Este é o domínio onde um maior número de conceitos, de ferramentas e de práticas têm sido introduzidos nas últimas décadas, facto perfeitamente visível nas alterações daí resultantes na gestão das organizações. Tal situação é perfeitamente normal, pois esta área constitui o coração da empresa.
"Nada é mais difícil e, portanto, tão precioso, do que ser capaz de decidir."
Napoleão Bonaparte, imperador francês.
ANÁLISE SWOT
A análise SWOT , criada por Kenneth Andrews e Roland Christensen, é uma metodologia de avaliação da capacidade competitiva de uma organização que se baseia na análise de quatro vectores: forças
(strengths), fraquezas (weaknesses), oportunidades
(opportunities) e ameaças (threats).
BENCHMARKING
O benchmarking é um processo sistemático e permanente de medida e comparação das práticas de uma organização com as de outras organizações, nomeadamente os principais concorrentes, no sentido de obter informações que a possam ajudar a melhorar o seu nível de desempenho. Esta técnica de observação e adaptação das melhores práticas das melhores empresas é composta por cinco fases principais:
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identificação dos principais problemas;
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identificação de empresas que tenham resolvido ou estejam a resolver o mesmo problema;
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estudo e recolha de informações relativas às práticas dessas organizações;
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análise da informação e identificação de oportunidades de melhoria;
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adaptação e implementação das oportunidades de melhoria na própria empresa.
BRAINSTORMING
É uma técnica utilizada em reuniões de grupo, através da qual se cria um ambiente adequado à geração de ideias, estimulando a criatividade individual e promovendo o derrube de barreiras mentais que os participantes possuem em termos de pensamento criativo. Esta técnica, criada em 1963 por Osborn, assenta em quatro regras básicas:
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Nunca criticar uma ideia.
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Encorajar e promover a participação de todos.
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Priveligiar a quantidade em vez da qualidade.
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Não recear violar a propriedade intelectual.
Antes do início da sessão deve ser apresentado o problema e, no final, as ideias lançadas deverão ser revistas e analisadas criticamente.
CADEIA DE VALOR
Cadeia de valor significa toda a série de actividades relacionadas e desenvolvidas por uma empresa visando assegurar a satisfação das necessidades dos clientes. Identificar estas actividades e aprender a desempenhá-las de forma mais eficiente que a concorrência deve ser o objectivo da organização (Michael Porter, 1990), por forma a assegurar uma vantagem competitiva. A metodologia a seguir consiste em, após identificado o produto/serviço a analisar:
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identificar o valor acrescentado das actividades primárias;
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identificar as actividades de suporte;
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identificar as ligações entre as diversas etapas da cadeia de valor;
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estudar a cadeia de valor com o fim de identificar as possíveis fontes de vantagens competitivas face à concorrência.
CORE COMPETENCE
Core competences são as competências estratégicas, únicas e distintivas de uma organização (Gary Hamel e C. K. Prahalad, 1994). Para empresas de um mesmo sector de actividade, embora possam reunir uma série de competências bastante semelhantes, existirá certamente um conjunto muito mais restrito de competências que cada uma domina melhor e que a distinguirá das restantes. A capacidade de as identificar, desenvolver e explorar permitirá reforçar a competitividade da organização.
"Nós não quisemos entrar na indústria dos transportes. Nós continuamos na indústria do entertenimento - a 25 000 pés."
Richard Branson, Presidente do grupo Virgin.
CULTURA ORGANIZACIONAL
Apesar de cada empresa ter uma cultura única, nem sempre os colaboradores da organização a conseguem definir. Com o fim de tornar claro os valores que orientam a sua actividade, as empresas podem elaborar um documento que explicite a respectiva missão. Esta declaração de missão deve respeitar um conjunto básico de princípios (Jaime Cardoso, 1996):
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Traduzir um consenso alargado sobre o que a empresa deverá ser no futuro.
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Ter uma mensagem facilmente perceptível.
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Ser disseminada e reconhecida claramente por todos os trabalhadores.
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Conter objectivos ambiciosos mas realizáveis.
DOWNSIZING
Nos anos 80, as grandes empresas cresceram de forma desordenada através da diversificação para novos negócios, criando estruturas bastante pesadas, incapazes de responder de uma forma rápida e flexível às solicitações dos clientes. As empresas que viram as suas rentabilidades afectadas, em consequência da estratégia de então, tiveram necessidade na década de 90 de se reestruturar. É a esta reestruturação, associada à redução radical do tamanho da empresa, geralmente através da redução de pessoal (redução dos níveis hierárquicos) ou da venda de negócios não estratégicos (focalização em negócios centrais -
core business), que se designa por downsizing. O seu objectivo é voltar a dotar a empresa de flexibilidade e reduzir burocracia, aproximando-a do mercado e dos clientes.
ECOGESTÃO
Actualmente, os governos investem em programas de apoio à implementação de medidas de protecção ambiental, criam legislação mais restritiva e controlam a eficácia dessas medidas. O crescimento das preocupações do consumidor com o ambiente leva-o cada vez mais a incluir nos seus critérios de compra elementos dessa natureza. A percepção desta nova tendência do mercado por algumas empresas levou já a maioria das multinacionais a desenvolver e comercializar produtos ditos "amigos do ambiente". Outras empresas
assentam a sua estratégia na imagem natural dos seus produtos e na conservação da natureza.
EXCELÊNCIA
Segundo Tom Peters e Robert Waterman (1982), criadores deste conceito, uma empresa excelente deve apresentar oito características distintivas:
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A inclinação para a acção.
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A proximidade do cliente.
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A autonomia individual.
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A aposta nos recursos humanos.
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A criação de valores.
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A focalização naquilo que se domina.
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A simplicidade formal.
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A existência, em simultâneo, de rigidez e flexibilidade.
Na análise e selecção de empresas excelentes, foi popularizada uma metodologia de investigação e diagnóstico de empresas designada por 7S (Richard Pascale e Athos, 1981):
GESTÃO DA MUDANÇA
Conforme referido no Subcapítulo 5.1, os oito factores geradores da mudança são o acesso à informação, a globalização dos mercados, o aumento da competição, as restrições legais, a evolução das necessidades dos clientes, a evolução da estrutura empresarial, a inovação tecnológica e o acesso aos mercados de capitais. Nesse sentido, é fundamental que as empresas antecipem a mudança e estejam preparadas para reagir às alterações do meio envolvente. A empresa deverá, pois, ser capaz de responder a questões como:
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Como será a organização do futuro?
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Qual o processo de mudança ideal?
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Quais os pontos fortes e os pontos fracos?
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Quais as oportunidades e os riscos que se colocam?
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Qual o tipo de competências necessárias?
O quadro 5.1
sistematiza um conjunto de mudanças que uma empresa poderá sofrer num processo de mudança organizacional.
GESTÃO POR OBJECTIVOS
Neste sistema de gestão, criado por Peter Drucker na década de 50, os trabalhadores e os gestores de topo definem em conjunto qual é o objectivo final do seu trabalho, como o realizar, de que forma será avaliado e qual o tempo necessário à concretização. Existem, no entanto, três críticas à sua aplicação (Jaime Cardoso, 1996):
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os gestores tendem a definir metas pouco ambiciosas ou irrealistas;
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a definição de objectivos raramente resulta de um processo participativo e descentralizado;
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não favorece o trabalho de equipa.
GLOBALIZAÇÃO
A globalização, fenómeno a que se tem assistido de forma cada vez mais rápida à medida que se aproxima o final do milénio, pode ser definida numa perspectiva empresarial como a integração a nível mundial das actividades de uma organização. Numa época em que as empresas portuguesas se começam a internacionalizar, a globalização corresponde a esse mesmo fenómeno, mas ampliado à escala global, organizando-se os processos como se o mundo se tratasse de um único país. A principal vantagem da globalização está nas economias de escala que se obtêm, pela redução dos custos fixos que são repartidos por um maior número de mercados e, consequentemente, por maior número de unidades produzidas. Esta abordagem global é adequada a bens com carácter universal (e.g. automóveis), mas outros tipos de produtos ou serviços necessitam de ser adaptados às especificidades locais. Apresentam-se de seguida duas frases que traduzem as ideias-chave da globalização.
"Existirão dois tipos de executivos nos próximos cinco anos: os que pensam globalmente e os que estarão desempregados."
Peter Drucker, guru da gestão.
"Pense globalmente, actue localmente, pense tribalmente, actue universalmente."
John Naisbitt, futurologista.
INTRANET / INTERNET
A Internet é uma ferramenta ao dispor das empresas que suporta um conjunto de serviços, entre os quais se destacam o correio electrónico, a transferência electrónica de dados e a world wide
web. Estes serviços constituem um auxiliar útil às empresas ao nível da comunicação e acesso à informação.
As intranets (redes internas) são uma outra ferramenta poderosa ao serviço das empresas, pois cada vez mais assumem um papel primordial na difusão da informação no interior da organização, para além de facilitarem a comunicação interna e externa, via correio electrónico.
MATRIZ BCG
A matriz BCG (figura 5.2) é uma ferramenta analítica de apoio à tomada de decisões estratégicas relativas à carteira de produtos ou serviços de uma organização. Para a aplicar é necessário construir uma matriz, representando-se no eixo horizontal a
quota de mercado
e no eixo vertical a taxa de crescimento do mercado. A matriz dá origem a quatro quadrantes:
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Interrogações - Tem uma taxa de crescimento elevada mas uma quota de mercado reduzida. A empresa deverá optar por reforçar o investimento ou abandonar o produto.
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Estrelas - Tem uma taxa de crescimento e uma quota de mercado elevada. A empresa deverá manter o seu investimento para manter o seu posicionamento.
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Vacas leiteiras - Tem uma taxa de crescimento já reduzida mas apresenta uma quota de mercado elevado. O investimento necessário para a manutenção da posição é menor e justificável.
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Cães - Tem uma taxa de crescimento e uma quota de mercado reduzidas. Refere-se a produtos normalmente na fase terminal do ciclo de vida, que não justificam qualquer investimento, pelo que a empresa os deverá abandonar progressivamente.
Na figura 5.2 apresenta-se esquematicamente a Matriz BCG, indicando a estratégia a seguir pela empresa relativamente a cada tipo de produto.
Fig. 5.2 - Matriz BCG.
PENSAMENTO ESTRATÉGICO
O pensamento estratégico surge como contraponto ao planeamento estratégico que prevaleceu nas décadas de 70 e 80. Ao contrário do planeamento estratégico, em que a análise tinha um papel preponderante e se encontrava muitas vezes distante da acção, o pensamento estratégico fundamenta-se numa atitude que valoriza os elementos mais intimamente ligados à estratégia, tais como a criatividade, a intuição e a capacidade de síntese.
PLANEAMENTO POR CENÁRIOS
O ritmo da mudança é cada vez mais acelerado. Os gestores têm dificuldades acrescidas na previsão da evolução do meio envolvente a médio e longo prazo, tornando-se difícil saber de que forma essa mesma evolução pode condicionar o desenvolvimento da empresa.
O planeamento por cenários, popularizado por Peter Schwartz no início da década de 90, é uma técnica que procura dar resposta a estas dificuldades, substituindo as previsões por hipóteses alternativas sobre o futuro, no desenvolvimento de estratégias. Através da geração de hipóteses alternativas sobre o futuro - os cenários -, os gestores podem avaliar o impacto que a sua concretização teria sobre a empresa e definir estratégias de longo prazo para a posicionar de forma adequada face a esses cenários.
REENGENHARIA
A reengenharia nasceu com Michael Hammer no início da década de 90 e consiste num redesenho radical dos processos associados ao negócio, com o objectivo de obter melhorias substanciais ao nível dos custos, da qualidade dos produtos/serviços e do tempo de execução dos mesmos, procurando quebrar a organização tradicional das empresas baseada nos princípios de divisão do trabalho e de especialização de tarefas. Deste modo, a reengenharia visa reformular a empresa, organizando-a por processos (por oposição à organização tradicional por funções) e orientando-a para o cliente.
SINERGIAS
A existência de sinergias na área empresarial verifica-se sempre que duas ou mais empresas juntas tenham um valor superior ao da soma das empresas individualmente. Este conceito foi utilizado durante as duas últimas décadas para justificar muitas das fusões e aquisições que ocorreram. É possível identificar dois tipos de sinergias: a estrutural e a de gestão. Uma sinergia estrutural é aquela que resulta da combinação dos recursos para diminuir os custos ou aumentar os lucros. A sinergia de gestão surge quando a nova equipa de gestão, por exemplo na sequência de um processo de aquisição, gere a empresa de uma forma mais eficiente e eficaz que a anterior equipa. O conceito de sinergia não se aplica exclusivamente a processos de
fusão
ou aquisição mas também a alianças estratégicas , joint ventures , acordos de cooperação, relações com fornecedores ou clientes e a equipas de trabalho multidisciplinar.
VANTAGEM COMPETITIVA
De acordo com este conceito, desenvolvido por Michael Porter (1980, 1985, 1991), as estratégias das empresas bem sucedidas encaixam-se num dos três padrões seguintes:
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Custos: a empresa consegue atingir custos mais baixos de produção através de economias de escala, controlo de custos, redução de custos em áreas não directamente produtivas, eliminação de fornecedores e clientes marginais.
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Diferenciação: a empresa desenvolve um produto ou serviço que é percepcionado como único, conseguindo aumentar as margens de lucro e a fidelização dos clientes. Por outro lado, se os concorrentes não conseguem copiar o produto ou serviço da empresa, cria-se uma barreira à entrada daqueles e reforça-se o poder negocial da empresa junto de fornecedores e principalmente dos clientes.
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Focalização: a empresa combina as duas estratégias, direccionando-as para um mercado-alvo específico. Esta estratégia baseia-se no pressuposto de que a focalização permite melhorar a qualidade dos produtos e serviços fornecidos - diferenciando-se deste modo da concorrência - assim como a sua eficiência, traduzida numa redução ao nível dos custos.
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