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(…) O “manual” tem dois grandes capítulos centrais, o terceiro e o quarto que, a nosso ver, delimitam os aspectos distintivos do projecto “internacional”. São enquadrados em dois pequenos capítulos iniciais que procuram ilustrar as actuais mudanças do cenário internacional e neles inserir os movimentos internacionais tradicionais, e num último, o quinto, mais voltado para os assuntos ligados à concretização do projecto e aos desafios que as actuais mutações põem a essa concretização. Assim, o Capítulo 3 trata do problema nuclear da relevância cultural e dos desafios que ela põe à gestão, discutindo as forças que tendem para a uniformização cultural e aquelas que defendem a diversidade, ao mesmo tempo que damos conta de alguns aspectos dessa diversidade que mais podem tocar a internacionalização portuguesa, como é o caso da União Europeia e dos países que a integrarão no alargamento, bem como dos Países de Expressão Portuguesa. No Capítulo 4, sob a epígrafe “O Problema dos Recursos Humanos”, procuramos abordar tudo o que liga a culturaà organização empresarial e, sobretudo, ao comportamento organizacional. Na altura em que todos dizem que o essencial são as pessoas este é, obviamente, o ponto central da nossa abordagem, que envolve questões de comunicação e de liderança num contexto mais abrangente e aglutinador da Ética e da Responsabilidade Social, não só do gestor, mas da empresa como um todo e dos trabalhadores que a integram. É um capítulo onde a experiência e a investigação própria mais jogam e que, a nosso ver, inclui os pontos nevrálgicos do comportamento do gestor de projecto internacional. (…) Estes dois capítulos são precedidos por dois pontos, o primeiro dos quais estuda a internacionalização como a extensão e mudança de natureza do mercado geográfico, desembocando no problema da mundialização como generalização e modificação das relações internacionais clássicas; o segundo centra‑se numa revisão dos movimentos e níveis de internacionalização das empresas, confrontando‑os com as novas hipóteses que surgem no âmbito da globalização. O último capítulo preocupa-se no essencial com os ambientes institucionais que constrangem ou incentivam os projectos internacionais, designadamente os factores legais e políticos, com ênfase nas alterações decorrentes das privatizações e desregulamentação dos mercados, bem como dos incontornáveis problemas de financiamento. O capítulo termina com o regresso à problemática do enquadramento inicial – a globalização – procurando agora estudar a sua influência mais específica em aspectos da gestão, com relevo para o problema da tecnologia e para as políticas de protecção (ou de agressão) do ambiente, sem esquecer o novo e enorme desafio que a revolução digital vai pôr a tudo o que diz respeito à organização mundial dos negócios. (…) (extracto da Introdução) |
A passagem de uma postura exportadora passiva para uma atitude proactiva de controlo sobre as variáveis de gestão a nível internacional constitui o fenómeno mais marcante da vida das empresas portuguesas nos últimos dez anos. Esta alteração estrutural de posicionamento estratégico e de reforço de competitividade, que está associada à internacionalização das empresas, envolve não só investimento directo no estrangeiro, mas também, e sobretudo, um renovar de capacidades de gestão, metodologias, processos e meios de acesso a informação. Este livro do Profº. José Amado da Silva tem o mérito de abordar um tema central à sobrevivência e sucesso das empresas portuguesas, no contexto actual da globalização de mercados. De uma forma clara e atraente para o leitor, o livro oferece-nos uma visão informada do processo de internacionalização, a que se junta o exemplo prático pertinente e o comentário oportuno, e por vezes mordaz, a que o espírito deliciosamente inconformista e criativo do autor sempre nos habituou.
Miguel
Athayde Marques
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Sociedade Portuguesa de Inovação, 1999 Edição e Produção Editorial: Principia. Execução Técnica: Cast, Lda. |