3.5
O MODELO PADRÃO

Os modelos que vimos descrevendo partem de perspectivas diferenciadas. No entanto, como muito bem referem Krugman e Obstfeld, têm várias características comuns, com particular relevância para o papel das fronteiras de possibilidades de produção quer na identificação das capacidades de produção dos países e nas condições relativas de oferta, quer na criação do comércio internacional mediante as diferenças que exibem.
Nesse sentido, propõem a construção de um modelo padrão que mais não é senão uma conjunção dos anteriores que, em consequência, se tornam casos particulares deste.
Utilizam-no, basicamente, para, a partir das fronteiras de possibilidades de produção – a tal base comum e chave da generalização empreendida –, estabelecerem quatro tipos de relações que consideramos essenciais para o entendimento das relações entre a actividade doméstica dos países e o seu comércio externo. Para além disso, introduzem um conceito de importância magna na avaliação da competitividade externa de um país e dos efeitos do comércio internacional sobre o seu bem-estar.
Essas relações, que enunciamos desde já, vão ser depois resumidamente apresentadas a partir do tratamento específico que os autores acima referidos lhes dão. São elas:

  • a relação entre a fronteira de possibilidades   de produção e a curva de oferta relativa;

  • a relação entre os preços relativos e a procura relativa;

  • o efeito dos termos de troca   no bem-estar do país;

  • a determinação do equilíbrio no mercado mundial, a partir das curvas de oferta e de procura mundiais.

 

Próximo conceito

Designa-se por termos de troca a razão entre os preços das exportações e os preços das importações. Mede, de algum modo, o valor relativo das unidades de produtos que se exportam face aos que se importam.

FRONTEIRA DE POSSIBILIDADES DE PRODUÇÃO 
E
OFERTA RELATIVA

Tal como fizemos para os modelos anteriores, admitamos que um dado país só produz dois bens, pão e vestuário, e que a fronteira de possibilidades de produção é a desenhada na figura 3.5.

FIG. 3.5   Linhas de Isovalor.

Como sabemos, qualquer um dos pontos dessa fronteira representa uma combinação produtiva eficiente, estando então a escolha do ponto óptimo dependente da apetência relativa dos consumidores por pão e vestuário. Essa apetência é, como também sabemos, expressa pelo preço relativo do pão em relação ao vestuário.
Então, o nosso problema, isto é, a busca do ponto óptimo para o país (ignorando, como já evidenciámos atrás, os efeitos sobre a repartição de rendimentos) pode ser descrito na forma seguinte:

Maximizar o valor do produto, dados os preços de mercado pp, do pão, e pv do vestuário.

O ponto Q da fronteira de possibilidades de produção que corresponde a este máximo é caracterizado pelas quantidades qp, de pão, e qv de vestuário, tais que V=pp.qp+pv.qv, isto é, o valor do produto, seja o maior possível, atentas as possibilidades de produção.
Ora, cada valor possível de produto, dados os preços dos produtos, pode ser conseguido por várias combinações de pão e vestuário, traduzíveis nas chamadas linhas de isovalor, que estão representadas na figura 3.5 e cuja equação, deduzida da definição de V, é dada por:

qv = V/pv – (pp/pv).qp

Próximo conceito

Chama-se linha de isovalor ao lugar geométrico dos pontos (cada um deles representando uma combinação de produtos) a que corresponde um valor de produto constante.

Próximo conceito

A expressão precedente mostra bem que o ponto óptimo vai, como intuímos, depender do preço relativo do pão em relação ao vestuário, preço relativo esse que é, justamente, o simétrico da inclinação das linhas de isovalor. Ora é essa inclinação que vai ser determinante na definição do ponto Q, correspondente ao óptimo. Com efeito, vemos na figura 3.5 que algumas linhas de isovalor desenhadas – por exemplo a (1) – não contêm nenhum ponto eficiente de produção, pois nunca encontram a fronteira de possibilidades de produção. Em contrapartida, outras – por exemplo a (2) – têm dois pontos sobre essa fronteira que são, do ponto de vista do valor do produto, perfeitamente equivalentes. Por outro lado, outras há – como a (4) – que correspondem a um valor fora das possibilidades actuais de produção do país. A única que tem um só ponto comum com a fronteira, determinando assim uma solução unívoca, é a (3), sendo esse ponto de tangência o ponto Q procurado. Como V aumenta à medida que nos afastamos da origem dos eixos (pois esse afastamento corresponde a aumentar o produção, o que, a preços constantes, como admitimos, equivale a aumento do valor do produto), esse ponto de tangência entre a linha de isovalor e a fronteira de possibilidades de produção identifica o óptimo de produção desse país.
O papel decisivo do preço relativo manifesta-se ainda com maior clareza no estudo da oferta relativa dos produtos. Como sabemos, a oferta estuda-se fazendo variar o preço do produto e estudando o que acontece à quantidade oferecida, ceteris paribus, isto é, mantendo tudo o resto constante. Admitamos então que o preço do pão aumenta. Tendo em atenção a expressão que nos dá as linhas de isovalor, verificamos que, em módulo, o declive da recta aumenta, torna-se mais inclinada e o ponto óptimo passa a ser R, correspondendo a um aumento de produção de pão e a uma diminuição de produção de vestuário. Esta solução confirma as expectativas de que uma subida de preço de um bem relativamente ao dos outros estimula a oferta desse bem, desviando recursos afectados às outras produções para os processos de obtenção do produto agora mais valorizado.

 

OS PREÇOS RELATIVOS E A PROCURA
 

No ponto precedente ficou patente o efeito dos preços relativos na oferta, mesmo sem invocar o comércio internacional que pode considerar-se implícito na formação desses mesmos preços. Importa agora verificar essa mútua interdependência, isto é, explicitar as relações entre a produção (oferta), o consumo (procura) e o comércio internacional que, como já mostrámos, tem a virtude de alargar as possibilidades de consumo para além das possibilidades de produção de um país isolado.
O problema que defrontamos agora não é diferente do que vimos descrevendo. Não se trata de alterar o cálculo da produção óptima, que se mantém desde que, como vimos, se não alterem os preços relativos. Trata-se, sim, de saber como se “aplica” essa produção na presença de comércio internacional, que flexibiliza as possibilidades de consumo, deixando de ser imperativo que cada país só consuma exactamente os seus próprios produtos. A diferença radica nas preferências dos consumidores que têm de ser consideradas, impondo-se uma breve menção a teorias que expliquem o seu comportamento, designadamente a chamada teoria da utilidade, na qual um dos conceitos fundamentais é o de curvas de indiferença

Próximo conceito

Chama-se curva de indiferença ao lugar geométrico dos pontos (cada um deles descrevendo uma combinação de consumo) que têm o mesmo nível de utilidade para o consumidor, isto é, que dão ao consumidor o mesmo nível de satisfação.

As curvas de indiferença só fazem sentido se se admitir que os bens que integram a combinação produtiva têm algum grau de substituição entre si na perspectiva da satisfação das preferências do consumidor. Todo o raciocínio que vai ser desenvolvido parte deste pressuposto, pois é ele que sustenta a forma das curvas de indiferença desenhadas na figura 3.6 que ilustra o nosso problema. Em particular, é esse pressuposto que justifica a inclinação negativa das curvas, a sua convexidade e a não existência de qualquer ponto comum entre todo e qualquer par de linhas de indiferença.
Como já referimos, vamos ter possibilidade de consumir bens que não produzimos, mas vamos manter outra condição que vai ser curial na identificação das condições de produção, consumo e comércio: o valor do consumo de uma economia iguala o valor da sua produção.
Considerando cp e cv as quantidades consumidas de pão e vestuário, respectivamente, a hipótese anterior traduz-se por:

 pp.qp + pv.qv = pp.cp + pv.cv = V

O primeiro termo da igualdade descreve o valor do produto gerado, o segundo termo o valor do consumo e o terceiro indica esse valor comum.
Refaçamos na figura 3.6 o ponto óptimo de produção Q, definido no ponto anterior.

FIG. 3.6   

Esse ponto traduz a combinação produtiva do país, mas não necessariamente a combinação de consumo. Esta, no entanto, dada a restrição de valor que lhe impusemos, e que se encontra descrita na equação precedente, tem que estar sobre a mesma linha de isovalor que o ponto Q, por definição de linha de isovalor.
Logo, o ponto óptimo de consumo, que é também um ponto de uma linha de indiferença, por definição de linha de indiferença, é o ponto D que se situa no ponto de tangência da linha de isovalor a uma linha de indiferença.
Essa solução é única, atentas as propriedades dessas linhas, e é óptima, se atendermos a que linhas de indiferença mais afastadas da origem dos eixos correspondem a maiores níveis de consumo e, consequentemente, de satisfação do consumidor.
Cotejando as combinações (pão, vestuário) implícitas nos pontos Q e D, facilmente se identifica quais os produtos exportados e importados, e em que quantidades, pelas diferenças entre os níveis de produção doméstica e os níveis de consumo, valores esses representados na figura 3.6.
Que acontece, neste caso, quando se alteram os preços relativos?
Se aumentar o preço do pão, altera-se a linha de valor que se torna mais inclinada, passando o ponto óptimo de produção a ser S e o ponto óptimo de consumo a ser F, correspondente a um mais elevado nível de satisfação dos consumidores. Isso foi resultado, no caso ora desenhado, de esta economia ser exportadora de pão. O aumento do preço do pão estimulou a sua produção e esta a exportação, permitindo-lhe aumentar as importações de vestuário para o mesmo nível de exportação de pão.
No fundo, esta reafectação corresponde a um aumento de rendimento do país. É um exemplo do bem conhecido efeito de rendimento resultante da alteração de preços relativos.
Conjugadamente com este efeito, ocorre outro: o efeito de substituição , que descreve o desvio do consumo para o bem relativamente mais barato, neste caso o vestuário, como é claramente visível na figura 3.6.
Note-se que este desvio deve ser lido sempre em termos relativos e não, necessariamente, absolutos, uma vez que o efeito de rendimento pode ser de tal modo elevado que permita aumentar o consumo de ambos os produtos. O que é inalterável é o crescimento do consumo do bem cujo preço relativo baixou ser maior do que o daquele cujo preço subiu.

 

O EFEITO DOS TERMOS DE TROCA  
SOBRE O BEM-ESTAR DO PAÍS
 

Os efeitos que acabámos de descrever têm a ver afinal com o valor relativo das exportações face às importações, isto é, aos termos de troca . De facto, como vimos, o aumento do rendimento do país e a consequente possibilidade de elevar o seu nível de consumo e satisfação resultou de as suas exportações ficarem mais valorizadas relativamente às importações, o que implica que necessitou de exportar menos produtos (portanto, usar menos recursos internos, ou seja, ter um menor custo) para importar os mesmos produtos que anteriormente. Isto quer dizer que os termos de troca melhoraram.
Em contrapartida, se o preço relativo do pão tivesse baixado, haveria um desvio relativo do consumo para o pão (deixando até menor quantidade para exportação), com os efeitos de rendimento e de substituição a funcionarem em sentido inverso ao descrito para a subida do preço relativo do pão. O que aconteceu foi a degradação dos termos de troca do país.
Podemos então concluir que os termos de troca têm uma influência directa no bem-estar (considerando que este é dependente do nível de consumo e não se preocupa com repartição do rendimento), conduzindo a um aumento deste quando aqueles melhoram e a um declínio quando se deterioram.
Não é por acaso, portanto, que este conceito é central na discussão da problemática da competitividade internacional, uma vez que exportar é fácil. Basta vender a baixos preços. O que é difícil e contribui verdadeiramente para o enriquecimento do país é exportar a bons preços, o que significa trazer mais-valias para o país, e isso só é conseguido quando se oferecem ao mercado mundial produtos de qualidade, obtidos com custos que proporcionem preços compensadores.
De qualquer modo, convém salientar que o modelo que apresentamos, designadamente no ponto anterior, não se configura com a realidade actual, uma vez que existe a possibilidade de obter crédito internacional que ultrapassa a restrição de só consumir exactamente o valor que se produz.
Contudo, se essa possibilidade existe, ela rompe com a restrição para um dado período, mas não a rompe para um espaço de tempo dilatado: por um lado, aquilo que se pede e que aumenta as possibilidades actuais de consumo tem de se pagar mais tarde, diminuindo as possibilidades desse período; por outro lado, é bom não o esquecer, para se ter crédito é preciso alguém disponível para o conceder, o que implica que débitos e créditos terão que se compensar em conjunto, abdicando uns de consumir para que outros o possam fazer. Mas a que preço?
Compreendemos bem que já estamos no campo do investimento, que não se conforma com este balanço estacionário subjacente ao nosso raciocínio, uma vez que se espera dele uma reprodução que ultrapasse a lógica do jogo de soma nula, à semelhança do efeito esperado do comércio internacional. Mas isto evidencia também como são ainda frágeis estes modelos para incorporarem toda a realidade económica e toda a complexidade do mercado internacional. Em particular, vale a pena perceber que importar bens de investimento, mesmo a crédito, não apresenta as mesmas expectativas que importar bens de consumo nas mesmas condições – e essa diferença está, naturalmente, omissa nos modelos apresentados.
Uma outra omissão a não olvidar é que, mesmo quando os termos de troca se tornam favoráveis e o bem-estar global aumenta, há perdedores e ganhadores que devem ser identificados, assunto que retomaremos no Capítulo 4.

O MERCADO MUNDIAL E OS PREÇOS RELATIVOS

Nos pontos anteriores foi bem relevado o papel dos preços relativos, assim como das suas variações. Por isso, importa saber como esses preços se formam e conduzem a essa valorização relativa no âmbito de uma economia  internacional, isto é, de uma economia que se caracteriza, neste tipo de abordagem, pelo comércio de produtos, que não de factores.
Para analisarmos o problema, consideremos que a economia mundial é composta só por dois países, no nosso caso, Tecnolândia e Artelândia. Por hipótese, Tecnolândia exporta vestuário e, portanto, os seus termos de troca  são medidos pela relação pv/pp; Artelândia exporta pão, sendo, obviamente, os seus termos de troca o inverso dos anteriores, isto é, pp/pv.
Para encontrar o preço relativo pp/pv, exprimamos as curvas relativas de oferta e de procura inversas (inversas por exprimirem preços em função da quantidade e não o contrário) do pão (em relação ao vestuário), representando-as na figura 3.7.

 

FIG. 3.7   

A curva de oferta relativa (OR) apresenta o andamento normal das curvas de oferta “absolutas”, isto é, a quantidade aumenta com o preço, porque um aumento de pp/pv incita ambos os países a produzir relativamente mais pão. Do mesmo modo, a curva de procura relativa (PR) tem o andamento típico das curvas de procura “absolutas”, ou seja, são negativamente inclinadas, reflectindo a tendência de ambos os países consumirem relativamente menos pão (e relativamente mais vestuário) se o preço do pão aumentar relativamente. Dadas estas curvas, o preço relativo, pp/pv, será naturalmente obtido a partir do cruzamento das duas curvas, definindo o ponto A o equilíbrio no mercado mundial.
Este conhecimento dos preços relativos permite-nos avançar no estudo de algumas características do mercado mundial, nomeadamente os efeitos do crescimento económico no comércio internacional, com particular incidência nos chamados
crescimentos enviesados pelas exportações (importações).
Os efeitos do crescimento económico sobre o comércio internacional têm sido fonte de grandes controvérsias (e as nossas observações sobre investimento no final do ponto anterior indiciam-nas), sendo uma das questões modais o saber se o crescimento dos outros países é favorável ou desfavorável ao “nosso”.
Perfilam-se conhecidos argumentos em favor de ambas as alternativas. Por um lado, esse crescimento abre maiores perspectivas às “nossas” exportações, mas por outro essas exportações vão encontrar uma competição acrescida pondo em causa não só o acréscimo do volume de exportações, mas também e acima de tudo, os termos de troca.
Que pode o modelo padrão responder a estas controvérsias?
Em primeiro lugar, há que ligar o crescimento à fronteira de possibilidades  de produção de um país. Se uma economia cresce é porque se alargou o seu conjunto de possibilidades de produção e consequentemente a fronteira desse conjunto, seja porque se aumentou o volume de recursos usados (por exemplo, o número de trabalhadores) – o factor quantidade –, seja porque se aumentou a eficiência de utilização dos recursos (por exemplo, a produtividade do trabalho) – o factor intensidade –, ou mesmo por ambas as causas em simultâneo.
No entanto, o crescimento pode ser homotético, isto é, levando ao alargamento proporcional da fronteira em todas as direcções (figura 3.8), ou assimétrico, ou seja, crescendo mais numas direcções que noutras (figura 3.9).

FIG. 3.8

FIG. 3.9 

No primeiro caso, admitindo que os preços relativos se mantêm, não há alteração da relação das quantidades produzidas, apesar de aumentar a produção absoluta de cada um deles, conforme se evidencia na figura 3.8, não surgindo portanto qualquer pressão para a mudança desses preços.
Em contraste, se o crescimento foi desigual, a figura 3.9 mostra que se alteram as combinações produtivas óptimas, originando novas condições de exportação e de importação e eventual mudança nos preços relativos.
A esse tipo de crescimento chama-se crescimento enviesado. Como medir os seus efeitos, designadamente no comércio internacional?
Suponhamos que Artelândia experimentou um forte crescimento enviesado no sentido do pão (figura 3.9 a).

FIG. 3.9a

Aumentou então a produção do pão, enquanto a do vestuário diminuiu relativamente. Em termos mundiais, aumentou a oferta de pão face à de vestuário, daí resultando uma diminuição do preço relativo do pão em relação ao vestuário e a consequente degradação dos termos de troca do país que experimentou esse crescimento enviesado (Artelândia), implicando obviamente a melhoria dos termos de troca da Tecnolândia.
Note-se, contudo, que isto não significa que tenha necessariamente diminuído o valor total das exportações, porque o seu volume pode ter aumentado em consequência até do abaixamento do preço relativo. O aumento ou a diminuição vai depender da relação entre a queda dos preços relativos – o factor intensidade – e o aumento do volume de exportações – o factor quantidade.
A figura 3.9.b) mostra um resultado semelhante para a Tecnolândia no caso de um crescimento enviesado no sentido do vestuário.

FIG. 3.9b  

Estas verificações permitem-nos formular a conclusão seguinte:

Um crescimento enviesado no sentido dos bens de exportação tende a piorar os termos de troca do país; um crescimento enviesado no sentido dos bens de importação tende a melhorar os termos de troca do país.

Foi este princípio genérico que suscitou a alguns economistas na década de 50 a ideia do crescimento pauperizante, segundo a qual o crescimento nos países pouco desenvolvidos, normalmente enviesado no sentido da exportação de matérias-primas, tinha efeitos perversos sobre os seus termos de troca, de tal modo que teria sido melhor não terem crescido.
Contudo, verificou-se que os modelos teóricos que suportavam estes resultados se fundavam em hipóteses muito fortes, designadamente curvas de procura e de oferta relativas muito inclinadas, que asseguravam que o efeito intensidade (negativo) não era compensado pelo efeito quantidade (positivo).
Ao contrário, e fora dessas situações extremas, acredita-se que o crescimento doméstico aberto ao comércio mundial aumenta o bem-estar de um país, mas já não é líquido que o crescimento estrangeiro seja benéfico para o país, porque não é improvável que este seja enviesado no sentido da importação, colocando pressão sobre os termos de troca  do país em causa.

© Sociedade Portuguesa de Inovação, 1999
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