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As TAXAS DE CÂMBIO |
Consultar http://www.olsen.gov |
Como vimos no ponto precedente, o conceito de taxa de câmbio é inseparável do problema da Balança de Pagamentos e, com maior generalidade, de tudo o que se refira a trocas internacionais. |
Se a definição é clara, as trocas efectivas das moedas estão longe de o ser, levantando-se uma série de complicados problemas que não é possível abarcar num manual com o alcance deste. Importa, pois, atacar os fundamentos desses problemas, deixando pistas abertas para futura investigação do leitor interessado. |
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O primeiro caso está bem ilustrado na aplicação aqui desenvolvida a partir das taxas de câmbio relativas ao escudo, obrigando à definição dessa diferença de cotação entre a venda e a compra de cada moeda que se designa por
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As cotações de compra e venda diversas moedas (não se incluem as dos países do Euro porque trata-se de uma taxa de conversão fixa) em 15\07\99 eram as seguintes: |
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Embora se trate do câmbio relativo a notas, onde os spreads são naturalmente mais elevados, é manifesta a diferença entre os diversos países, em resultado não só dos volumes de transacções subjacentes a cada moeda, mas sobretudo devido ao risco que a elas está associado, sendo este em boa parte determinado pelas expectativas das suas evoluções macroeconómicas. |
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É claro que também pessoas individuais, normalmente no seu papel de turistas, actuam neste mercado, mas com montantes que são relativamente insignificantes face ao volume de transacções dos outros actores no mercado. Além disso, utilizam ainda notas e moedas nas suas transacções, em nítido contraste com os outros participantes cujas transacções nesse mercado se processam por via de transferências, crescentemente electrónicas e digitais com a evolução das tecnologias de informação. |
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O mercado de futuros é aquele em que as moedas são compradas e vendidas para entrega num período futuro. | |
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Como é evidente,
1,567 x 1,902 = 2,980
Se nalguma praça o câmbio que vigora for diferente deste, há um estímulo a adquirir a moeda que está relativamente mais "barata", vendendo-a onde ela está mais "cara". É evidente que este processo de
arbitragem contribui fortemente para a aproximação do equilíbrio das taxas de câmbio e contém em si mesmo o princípio da sua auto-destruição, pela informação que veicula e que deixa de ser integralmente apropriável. |
Estando em causa o risco de câmbio, existe uma modalidade que, de algum modo, é uma mistura de spot e de futuros, preferencialmente utilizada pelos bancos comerciais - os contratos swap. |
Um swap é um contrato de comércio de moeda numa data, com reversão do sentido do comércio em data posterior. É um contrato que combina um spot com um "futuros", podendo mesmo combinar dois "futuros". | |
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Um swap serve, pois, como uma operação de concessão e de pedido de um empréstimo num só contrato. Os termos do negócio são basicamente regulados pelas condições prevalecentes no
mercado de futuros, embora em geral as taxas de spot e de futuros andem bastante próximas e tenham tendência a variar no mesmo sentido, com excepção de períodos relativamente curtos, na sequência de crises inesperadas e profundas como a que ocorreu recentemente em certas economias da Ásia. |
Paridade do juro: o mercado de câmbios está em equilíbrio quando os depósitos de todas as moedas têm a mesma taxa de juro esperada. | |
O princípio é razoavelmente intuitivo. Admitamos, por exemplo, que em dado momento o rendimento esperado em marcos de um depósito em libras é superior ao esperado de um depósito em marcos. A lógica do estabelecimento do equilíbrio no mercado aponta, de imediato, para uma
depreciação do marco em relação à libra, já que, ceteris paribus, uma depreciação do marco reduz o rendimento esperado em marcos (porque diminui o montante de "libras equivalentes" que constituem a base do rendimento), reduzindo, do mesmo passo, a expectativa de depreciação futura do marco face à libra. |
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Sociedade Portuguesa de Inovação, 1999 Edição e Produção Editorial: Principia. Execução Técnica: Cast, Lda. |