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Se escrever um pequeno manual de Economia Internacional em tempo relativamente curto é um desafio para um especialista, imagine-se o que isso representa para um não especialista, ainda por cima numa época de profundas alterações no quadro da economia mundial, nem sempre adequadamente assumidas nos livros de texto correntes.(…) Entendemos ainda que os destinatários primeiros deste tipo de manuais, de acordo com o projecto conjunto em que se inserem, têm necessidade de se munir do travejamento teórico fundamental para entenderem os mecanismos da Economia Internacional nas suas diversas vertentes, sem que isso equivalha ao conhecimento exaustivo e pormenorizado de uma disciplina de base tal como é desenhada para uma licenciatura em Economia. (…) Além dessa fundamentação teórica, cremos que devem ser transmitidos os novos problemas que a economia em mutação apresenta, bem como as fragilidades dos modelos existentes para lhes dar as respostas adequadas, sem esquecer os pressupostos que lhes estão subjacentes. (…) Desde já queremos afirmar que não é uma abordagem neutra e descomprometida relativamente às matérias expostas, designadamente quando se focam as actuais tendências para a globalização e as políticas públicas e empresariais a desenvolver, na medida em que estando preocupados com o desenvolvimento global e integral de todas e cada uma das pessoas, assinalamos, quiçá com demasiado empenho, os eventuais efeitos perniciosos sobre o agravamento das profundas desigualdades que já existem. Não nos chega saber em que condições as Nações ficam melhor, como tem sido tradição da Economia Internacional. Precisamos garantir que todos os cidadãos dessas Nações são também beneficiados e, se não forem, porquê, para julgar da legitimidade da abordagem empreendida. A publicação deste pequeno manual de Economia Internacional, da autoria do Prof. Amado da Silva, é uma excelente notícia editorial por um conjunto entrecruzado de razões, que resumiria em três pontos: · porque constitui a possibilidade de finalmente se dispor, em língua portuguesa, de um bom e actualizado instrumento de estudo e contacto fundamentado com a realidade dos fenómenos económicos internacionais; · porque a dimensão do texto não prejudica a sua inquestionável qualidade, sobretudo ao não inviabilizar a consecução de um adequado equilíbrio entre as bases teóricas essenciais e a estimulante elucidação dos desafios abertos pelo novo quadro da economia mundial; · porque o documento apresentado adopta uma corajosa postura heterodoxa, não hesitando em questionar certos dogmas dominantes mas crescentemente ultrapassados e assim logrando proporcionar aos leitores uma visão mais esclarecida dos problemas e perspectivas mais ricas para os compreender e enfrentar. Fernando
Freire de Sousa
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