Ao longo deste livro, procurou-se efectuar uma abordagem estruturada das questões
essenciais relacionadas com a problemática da inovação nas empresas.
Pretendeu-se, com esta abordagem, que os leitores apreendessem de uma forma
clara e objectiva os conceitos básicos da inovação, entendessem o modo como a
inovação pode ser estruturada enquanto processo e como a gestão deste
processo, e da inovação no geral, deve constituir um dos vectores da política
global da empresa.
No Capítulo 1, para além da introdução e discussão em torno do conceito básico de inovação, os elementos centrais da análise e reflexão foram os riscos associados à inovação e à não inovação, as motivações, os motores e os requisitos da inovação. Todas as empresas, em maior ou menor extensão, sofrem evoluções ao longo do tempo directa ou indirectamente movidas por forças externas. A todo o instante a empresa toma decisões, de forma mais ou menos consciente, mais ou menos organizada. Estas decisões podem elas próprias constituir "não decisões", sempre que uma empresa opta por nada fazer perante um problema. As empresas encontram-se mergulhadas num ambiente em profunda transformação, consequência de um conjunto de factores de natureza social, económica, tecnológica, política e legal, dos quais se destacam:
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o aumento da competitividade dos mercados;
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a facilidade de acesso à informação;
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a globalização das economias;
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o aumento das restrições legais;
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a evolução tecnológica;
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a permanente evolução das necessidades dos clientes.
Como se tal não bastasse, o ritmo de mudança é cada vez mais rápido.
A identificação destes motores de mudança e a correcta percepção das suas implicações deve ser uma preocupação central das organizações pois constitui, na actualidade, uma condição crítica não apenas para o sucesso mas também para a sua sobrevivência a médio e longo prazo. A empresa deverá desenvolver um esforço permanente para identificar estes factores, e ser capaz de analisar o seu posicionamento e reconhecer as oportunidades que a possam motivar para a mudança.
Actualmente, o ciclo de vida dos produtos é cada vez mais curto, pelo que uma empresa que não inove acabará, mais tarde ou mais cedo, por ser ultrapassada. Neste contexto, é perfeitamente compreensível que inovar seja não só uma necessidade mas uma obrigação a que os gestores têm de responder para assegurar a sobrevivência e a competitividade das suas empresas. Contudo, as empresas não devem inovar a qualquer preço: o impacto da inovação e os riscos associados devem ser avaliados, e é indispensável assegurar que se encontram reunidos os requisitos básicos - oportunidade, vontade e capacidade.
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