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O MARKETING BUSINESS-TO-BUSINESS | |
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A IMPORTÂNCIA DO BUSINESS-TO-BUSINESS | |
A par da crescente individualização do
marketing, o business-to-business tem vindo a conhecer uma importância cada
vez maior no mundo dos negócios, como o provam variadíssimos casos. Por
exemplo, está neste momento a ser ultimado um
novo portal português Um outro exemplo é dado pela
Agapê – Estúdio Gráfico,
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![]() APLICAÇÃO:PARCERIA ENTRE A
PARAREDE A
ParaRede e a AEP – Associação Empresarial de Portugal firmaram um acordo de
parceria que vai resultar na constituição de uma empresa conjunta para a
exploração do “e-business center” (centro de negócios electrónico) em
Portugal. A ParaRede será maioritária neste projecto, que será integrado no
“e-business center” a nível mundial que está a ser implementado pela
ParaRede, Sterling Commerce e Satyam. O centro de negócios electrónico será
constituído por portais sectoriais, em que cada empresa poderá ir buscar
informação sobre a sua actividade, mas também fazer negócios com
fornecedores e clientes (comércio electrónico intra-empresas –
“business to business” ou
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Por outro lado, as previsões da
Forrester Research A Forrester Research não representa, aliás, uma voz isolada. Quase todas as empresas a operar nesta área prevêem um forte crescimento do business-to-business, especialmente quando comparado com o business-to-consumer.
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Figura 1.3 – Evolução do Comércio Electrónico Business-to-Business |
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![]() APLICAÇÃO:
O
De acordo com o estudo da AdRelevance, nos últimos quatro meses assistiu-se a um crescimento generalizado no que toca a esta actividade. A começar pela publicidade feita pelas empresas, que aumentou em cerca de 59 por cento, face a período homólogo anterior, para acabar pelos próprios contactos por empresa, que registaram um aumento de 66 por cento nestes mesmos quatro meses.
Fig. 1.4 – Evolução relativa do B2B. (Fonte: AdRelevance) |
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Por tudo isto, torna-se imperioso conhecer melhor o que é o marketing business-to-business. Em traços gerais, ele distingue-se do marketing de consumo essencialmente a três níveis:
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O COMPORTAMENTO DO COMPRADOR | |
Qualquer organização é constituída por pessoas com diferentes interesses e experiências, pelo que se torna necessário conhecer as suas percepções e motivações. Em última instância, são os indivíduos que tomam as decisões, e, como tal, as transacções implicam relações entre as pessoas que constituem as organizações. |
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A Relação de Compra | |
As decisões de compra ao longo dos canais de distribuição têm por base considerações económicas que envolvem questões como a procura potencial, os níveis de inventário, a rentabilidade do produto, a disponibilidade de espaço nos expositores, etc. As exigências dos clientes industriais são, por regra, muito específicas, técnicas e altamente complexas. Por outro lado, a rentabilidade da organização que efectua a compra depende dos produtos adquiridos, da forma como são adquiridos, do momento em que o são, bem como das garantias que lhes estão associadas. Por tudo isto, o comportamento do comprador organizacional tende a ser profissional e relativamente formal. Convém desde já esclarecer que os clientes organizacionais englobam entidades muito diversificadas, podendo ser agrupados em três grandes classes:
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Para desenvolverem a sua actividade, os clientes organizacionais têm de interagir com outros agentes, assistindo-se com frequência ao estabelecimento de relações estáveis e duradouras com os fornecedores. Deste modo, as transacções efectuadas não tendem a ser episódios isolados mas elementos que ajudam a construir uma relação entre comprador e vendedor. |
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As pessoas envolvidas nas transacções inter-organizacionais desempenham diferentes papéis e têm diferentes recursos à sua disposição para a tomada de decisões. Este conjunto de pessoas denomina-se centro de compras. |
A sua composição varia de empresa para empresa e de compra para compra. Um centro de compras genérico é constituído pelos elementos representados na figura 1.5. |
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Fig.1.5 – Composição de um Centro de Compras. |
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Iniciador Influenciador Filtro Decisor Comprador Utilizador Em suma, as organizações têm à sua disposição uma série de recursos, nomeadamente informação e conhecimento técnico, que lhes permitem a tomada de decisões. Aquelas que prestam uma maior atenção à pesquisa de compras são, tendencialmente, mais independentes dos fornecedores no que toca à obtenção de informação e têm mais facilidade na avaliação de opções de compra.
Factores que influenciam a decisão do comprador O processo de compra e as decisões que lhe são inerentes têm subjacentes toda uma série de factores relacionados com a própria entidade compradora ou com as que com que ela se relacionam. A figura 1.6 resume os diferentes factores que afectam as decisões de compra organizacional. |
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Fig. 1.6 – Factores que afectam as decisões de compra organizacional. Factores Ambientais Factores Organizacionais Factores Relativos ao Centro de
Compras Factores Individuais
Muito poucas são as empresas com capacidade para actuarem com sucesso em todo o mercado. Normalmente direccionam os seus esforços para determinados segmentos.
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Um segmento de mercado é uma parte do mercado constituída por um conjunto de clientes (actuais ou potenciais) com características relativamente homogéneas. |
O desenvolvimento de uma estratégia de segmentação envolve essencialmente duas fases:
Segmentação Propriamente Dita Segmentar um mercado significa, em primeiro lugar, dividi-lo em grupos de clientes com características relativamente homogéneas. Para isso, é necessário identificar critérios de segmentação. Existindo, a priori, múltiplos critérios possíveis, tem sido prática a sua sistematização em diversas categorias. Uma das classificações mais difundidas para mercados de consumo baseia-se em quatro grandes critérios:
No domínio do business-to-business, dada a especificidade quer dos produtos quer dos actores envolvidos, é usual entrar em linha de conta com aspectos relativos ao processo de compra e à própria estratégia das empresas. Assim, para além dos geográficos, é vulgar a utilização de critérios sectoriais, organizacionais (dimensão da empresa, tecnologia usada,...), estratégicos (estratégia competitiva adoptada,...), relativos ao processo de compra (dimensão das encomendas, nível de centralização/descentralização da decisão de compra,...), etc.
NÍVEL DE DESENVOLVIMENTO BENEFÍCIOS DA SEGMENTAÇÃO A segmentação dos mercados tem uma importância crucial, pois:
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Fig. 1.7 - Vantagens da segmentação dos mercados. |
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No âmbito do business-to-business deve-se proceder a um processo de segmentação multi-passo que consiste no recurso, em primeiro lugar, a variáveis mais objectivas e, se necessário, já numa segunda fase, a variáveis de cariz mais subjectivo. |
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Com efeito, a compra organizacional, envolvendo um conjunto de actores que interagem numa unidade de decisão é, por regra, muito mais complexa do que a compra de um bem de consumo. Por essa razão, o próprio processo de segmentação tende também a ser mais complexo e sofisticado. As bases utilizadas para a segmentação de mercados business-to-business podem ser muito variadas. É usual a sua decomposição em três níveis (figura 1.8). |
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Fig. 1.8 - Abordagem multi-passos da segmentação de mercados business-to-business. Macro-segmentação Segmentação Intermédia
Micro-segmentação |
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Fig. 1.9 - Processo sequencial de segmentação dos mercados organizacionais. |
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Em suma, a segmentação de mercados business-to-business é geralmente mais complexa do que no caso dos mercados de consumo. Neste sentido, as empresas devem proceder a uma abordagem sequencial (figura 1.9), começando pelas variáveis não-comportamentais, utilizando critérios mais subjectivos apenas e quando a sua utilidade for manifesta.
Escolha dos Segmentos-Alvo Uma vez segmentado o mercado, a empresa deverá seleccionar o ou os segmentos em que pretende actuar. Dependendo de uma multiplicidade de factores, deve-se, no entanto, realçar dois que, pela sua relevância, assumem um papel crucial nesta fase: as aptidões e recursos da empresa e as características dos vários segmentos. Concretamente, recomenda-se que cada empresa se tente posicionar em segmentos que sejam simultaneamente atractivos e para os quais possua vantagens competitivas. Acrescente-se ainda que, caso se trate de uma pequena unidade económica, é importante tomar igualmente em consideração o posicionamento das unidades de maior dimensão – isto é, onde estão e como actuam. Isto não quer dizer que as empresas de menor dimensão tenham necessariamente que “fugir” das maiores. Contudo, parece razoável evitar o confronto directo apostando, nomeadamente, em nichos de mercado que, pelas suas próprias características, não sejam tão atractivos para as grandes empresas. Segmentado o mercado e seleccionados os segmentos onde pretende actuar, a empresa deve então estabelecer o modo como aí irá operar. Por outras palavras, há que definir um conceito de posicionamento assente num conjunto de características relevantes que permitam que a sua oferta ocupe uma posição distintiva junto do público que se pretende atingir. É, portanto, a partir daqui que faz sentido falar do marketing-mix, ou seja, do conjunto de ferramentas de marketing que cada empresa dispõe para prosseguir os seus objectivos dentro de cada um dos segmentos-alvo. Existindo dezenas de elementos que poderão fazer parte do marketing-mix, a sistematização mais difundida deve-se a Jerome McCarthy que, em 1975, popularizou os “4 Ps”: Produto, Preço, Promoção e Distribuição (“Place” em inglês).
A gestão do marketing-mix Gerir estas variáveis no âmbito do business-to-business tem especificidades que as distinguem do business-to-consumer. Segue-se, de uma forma breve e esquemática, uma apresentação das principais diferenças (figura 1.10). |
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Há, no entanto, que realçar uma diferença fundamental entre o marketing business-to-business e o marketing business-to-consumer: o processo de interacção. Na realidade, mais importante do que as diferenças ao nível das principais variáveis do marketing-mix, é o carácter relacional do business-to-business, carácter esse que, como se referiu na secção 1.1, se tem vindo a alargar ao marketing de consumo. |
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Fig. 1.10 - A especifidade do Marketing business-to-business. |
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Sociedade Portuguesa de Inovação, 1999 Edição e Produção Editorial: Principia. Execução Técnica: Cast, Lda. |