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Num período da economia mundial em que a globalização e a internacionalização são duas das vertentes dominantes, é extremamente importante enquadrar os processos de inovação científica existentes em várias partes do Globo, nomeadamente na Europa, na América do Norte e na Ásia. Este é o objectivo do
capítulo 7, onde são apresentados exemplos da actividade inovadora nestes três continentes, incluindo dados estatísticos.
Os Estados Unidos da América continuam a liderar a investigação científica a nível mundial, detendo uma capacidade ímpar de criar processos e produtos altamente inovadores. Este facto é atestado concretamente pelo número total anual de patentes emitidas nos Estados Unidos e atribuídas a residentes
americanos. Outros parâmetros que definem tal posição de liderança incluem o número de novos produtos introduzidos anualmente no mercado e o número de novas empresas que são criadas todos os anos.
Vários factores contribuem para esta posição de liderança:
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A existência de um elevado número de cientistas de alto calibre que continuam a alargar as fronteiras
da ciência;
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A presença de um excelente sistema de suporte para investigação básica;
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A existência de um sistema universitário e de centros de investigação sem paralelo;
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A presença de uma cultura empreendedora e de um sistema económico orientado para os resultados no mercado.
Tais factores são centrais para os Estados Unidos e, mesmo em períodos económicos menos favoráveis, continuam a prevalecer como fonte do poder económico do país.
Esta situação contrasta com o que se passa na Europa e na Ásia, nomeadamente no Japão. Com o estabelecimento alargado da União Europeia, existe actualmente um forte potencial que a Europa pode aproveitar para se tornar uma séria rival dos Estados Unidos da América no campo da inovação científica. A União Europeia tem aplicado vastos fundos monetários em investigação e em infra-estruturas universitárias durante os últimos 10 a 15 anos. Simultaneamente, começa a notar-se uma atitude empreendedora em alguns países que parece estar a reflectir-se no aumento do número de novas empresas criadas em anos recentes. Começaram igualmente a surgir vários programas de incentivos governamentais para suportar e promover tais empresas. Estão a desenvolver-se colaborações a nível regional entre vários países, baseadas em certos tipos de indústria, como, por exemplo, a Biotecnologia.
A situação na Ásia é bastante diferente. O Japão domina a actividade científica, embora países como a Coreia do Sul, Singapura e a China mostrem sinais notáveis de progresso. A dificuldade do Japão reside na falta de um espírito verdadeiramente empreendedor e na inexistência de capital de risco para fomentar este tipo de actividade. Como tem sido usual, o sistema japonês beneficia mais de avanços incrementais do que, verdadeiramente, de progressos em
inovação. Uma das estratégias usadas recentemente por empresas japonesas para assegurar acesso ao desenvolvimento científico tem sido o estabelecimento de colaborações com empresas dos Estados Unidos. São incluídos neste capítulo exemplos de tais colaborações.
Uma secção final deste capítulo aborda a inovação em Portugal, discutindo as dificuldades específicas deste tipo de actividade no País. Salientam-se, contudo, exemplos mais recentes de alguns passos bastante prometedores para um avanço nesta
área.
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