3.1
INTRODUÇÃO

Em menor ou maior extensão, de forma mais ou menos organizada, em todas as empresas são desenvolvidas actividades que podem ser consideradas como inovação, de acordo com o sentido mais lato apresentado no Capítulo 1. A forma como a empresa desenvolve a inovação, desde que a ideia é identificada até ao seu lançamento, depende não só do tipo de inovação mas também do nível de organização da empresa e da forma como a inovação, enquadrada numa dada estratégia, se encontra estruturada. Numa empresa em que a inovação seja uma actividade abordada de uma forma estruturada como outras (e.g. a produção), existirá definido um processo de inovação de um modo mais ou menos formal. Este  processo de inovação  consiste basicamente em quatro fases:

  • a definição do produto/processo/serviço;

  • o design do produto/processo/serviço;

  • o desenvolvimento do novo produto/processo/serviço;

  • o lançamento do novo produto/processo/serviço.

Na gestão do processo de inovação, estas fases ligam-se de forma sequencial, ou são executadas existindo alguma sobreposição temporal. Estas duas formas distintas de gestão caracterizam as tendências que predominam nalguns sectores, respectivamente na Europa e no Japão. Embora cada inovação tenha um princípio e um fim, durante o ciclo de vida de um produto podem existir diversos processos de inovação associados, pelo que o processo de inovação de um produto deve ele próprio ser entendido como um ciclo (figura 3.1). Esta ideia de ciclo é extensível ao processo de inovação de uma empresa no seu todo. Nesta lógica, a inovação é uma actividade contínua numa empresa, podendo existir em simultâneo diversos processos de inovação, em fases distintas. As frases de dois estadistas ingleses, de épocas completamente distintas, aplicam-se de forma perfeita para justificar a importância da inovação enquanto elemento de estratégia de uma empresa, que deve estar presente em todos os momentos da sua vida.

"O sucesso nunca é final."
Winston Churchill, antigo primeiro ministro inglês.

"Quem deixa de ser melhor, deixa de ser bom."
Oliver Cromwell, estadista inglês do século XVII.

Fig. 3.1 - A articulação das diversas fases no processo de inovação.

© Sociedade Portuguesa de Inovação, 1999
Edição e Produção Editorial: Principia.    Execução Técnica: Cast, Lda.